quarta-feira, 5 de dezembro de 2012


EUA e Europa contra plano de Israel de ampliar ocupação
Enviado por luisnassif, qua, 05/12/2012 - 10:54
Por Assis Ribeiro
Do Estadão
Europeus convocam embaixadores de Israel após plano de ampliar ocupação
Os EUA e países europeus protestaram ontem contra a decisão do governo israelense de construir 3 mil casas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, territórios ocupados em 1967. Cinco países da União Europeia convocaram os embaixadores israelenses em suas capitais para dar explicações sobre a ampliação dos assentamentos.
Para a Casa Branca, a decisão do governo de Binyamin Netanyahu é "especialmente danosa" ao processo de paz.
Em resposta, Israel emitiu uma nota dizendo que "continuará a defender seus interesses mesmo diante da pressão internacional e não haverá mudança nas decisões tomadas".
O sinal verde de Israel para novas edificações veio em retaliação à recente vitória da Autoridade Palestina nas Nações Unidas. Na quinta-feira, sob oposição de americanos e israelenses, 138 países votaram na Assembleia-Geral da ONU em favor do reconhecimento da Palestina como "Estado observador" da entidade. No dia seguinte, Israel anunciou o plano de expansão, além do congelamento no repasse de fundos à Autoridade Palestina.
A construção envolve uma região extremamente sensível entre Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, conhecida em Israel pela sigla E-1. Autoridades palestinas e diplomatas ocidentais afirmam que a criação de assentamentos nesse corredor inviabilizaria, fisicamente, um Estado palestino íntegro.
"Os EUA se opõem a todas as ações unilaterais, incluindo atividade de colonos na Cisjordânia e a construção de casas em Jerusalém Oriental, pois elas dificultam os esforços para retomar negociações bilaterais diretas", disse Mark Toner, porta-voz da Casa Branca. "Isso inclui construções na área E-1, que é particularmente sensível e elas seriam especialmente danosas aos esforços para alcançar uma solução de dois Estados."
Ao assumir o governo, Netanyahu havia prometido ao presidente Barack Obama que não levaria adiante construções na área E-1, ao norte do assentamento de Maale Adumim. A ocupação de colonos israelenses nessa zona bloquearia o acesso direto entre Jerusalém Oriental, reivindicada pelos palestinos como capital de seu futuro Estado, e o restante da Cisjordânia, além da ligação entre cidades árabes como Ramallah e Belém.
Isolamento. O voto na Assembleia-Geral da ONU, na semana passada, expôs ainda a piora na relação entre Israel e aliados europeus. Na quinta-feira, países como França e Espanha votaram em favor da resolução palestina, enquanto potências da UE tradicionalmente próximas a Israel, como Alemanha e Grã-Bretanha, optaram pela abstenção.
Ontem, os protestos na Europa contra a ampliação dos assentamentos foram mais longe do que em Washington. França, Espanha, Grã-Bretanha, Suécia e Dinamarca convocaram os embaixadores de Israel em suas capitais e exigiram explicações sobre a decisão.
O presidente da França, François Hollande, escreveu uma carta a Netanyahu, mas o conteúdo da mensagem não foi revelado. O ministro das Relações Exteriores da Suécia, Carl Bildt, disse ao Parlamento de Estocolmo que "juntamente com outros países da União Europeia" discutiria "medidas adicionais" contra Israel. Ele não revelou, porém, quais seriam elas.
Em nota emitida por sua chancelaria, o governo israelense justificou suas medidas: "O passo unilateral dos palestinos na ONU é uma violação explícita e fundamental dos acordos garantidos pela comunidade internacional. Não deveria surpreender o fato de Israel não se resignar diante dessa ação unilateral". / REUTERS
 

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