sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Como os ingleses encaram o mundial de clubes
Enviado por luisnassif, sex, 07/12/2012 - 08:13
Por jns

Do Diário do Centro do Mundo

Por que os corintianos já podem preparar a festa

Scott Moore

Nós, ingleses, não damos a menor importância ao campeonato mundial de clubes. Numa escala de 0 a 10, eu diria que nosso interesse oscila entre 0 e 1. Quanto à Premier League e a Champions League, é 10 e 10, naturalmente.

O motivo é simples: o melhor futebol do mundo é jogado na Europa. Ganhar do Barcelona pode levar um senhor emotivo como Rod Stewart, torcedor do Celtics, às lágrimas. Mas – Boss, perdão pela sinceridade – vencer o Corinthians não emociona nenhum time de ponta na Europa.

Não estou falando apenas do Corinthians, mas de todos os times brasileiros. Na mente europeia, todos eles pertencem a uma segunda divisão planetária. Não existe honra quando um peso pesado derruba um peso mosca, ou quanto um tigre janta uma gazela numa savana africana. Mesmo Chrissie, minha esposa neurastênica e rebelde, concorda com isso.

Isso quer dizer o seguinte, para os entusiasmados torcedores do Corinthians: vocês vão enfrentar um time desmotivado, desinteressado e entediado – além de fraco. O Chelsea conseguiu, nesta semana, ser o primeiro campeão da Champions a ser eliminado na fase de grupos.

Uma vitória no Japão não vai mudar em nada a vida do clube do oligarca russo Abramovic. O técnico Rafa Benitez continuará a ser odiado pela torcida por causa de seu passado no Liverpool, época em que teve encrencas com o Chelsea. O centroavante Torres não deixará de ser desprezado, por todos os gols que deixou de fazer depois de ter sido contratado por 50 milhões de libras.

Ladies & Gentlemen.

No mundo das coisas práticas, tudo que afirmei vai dar no seguinte: tinha decidido ir à Ladbrooks em Parsons Green para apostar 500 libras no Big Team, como Boss chama o Corinthians.

Com esse dinheiro, me darei um presente de natal digno dos Moores. Porque, se depender de Chrissie, bem, vocês sabem o que vou ganhar.

Sincerely.

Scott

TRADUÇÃO: ERIKA KAZUMI NAKAMURA

Scott Moore




Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.

 

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