O melhor trimestre da economia em 2 anos

Por Marco Antonio L.
Da Folha
Economia brasileira tem melhor trimestre em 2 anos
A atividade econômica perdeu fôlego em setembro, mas, ainda assim, fechou o terceiro trimestre com o crescimento mais forte desde os primeiros três meses de 2010.
O IBC-BR -indicador do BC que serve como uma prévia do desempenho do PIB- recuou 0,52% ante agosto, na série livre de efeitos sazonais. É a primeira queda mensal do indicador desde março.
No terceiro trimestre, a economia acumulou alta de 1,15% ante o segundo, devido aos bons resultados de julho e agosto. O resultado oficial será divulgado no fim deste mês pelo IBGE.
Apesar de os números do segundo semestre mostrarem aceleração em relação à primeiro metade do ano, a intensidade da retomada está abaixo da esperada por analistas. A principal decepção é o ritmo fraco de recuperação dos investimentos.
"O resultado da produção industrial em setembro e os primeiros números para outubro sugerem que o crescimento do PIB pode acabar sendo um pouco menor do que a nossa previsão de 1,5%", disse o economista-chefe do banco Credit Suisse, Nilson Teixeira, em relatório.
O economista Fabio Ramos, da Quest, também afirma que aumentaram as chances de a expansão da economia ficar abaixo desse número, que hoje é a principal aposta do mercado.
O ministro Guido Mantega (Fazenda) minimizou a queda da atividade econômica em setembro. Segundo o ministro, isso ocorreu porque o mês teve apenas 19 dias úteis, ante 23 em agosto.
Mantega observou que os indicadores de outubro apontam para uma alta do PIB. Para ele, há condições de o PIB crescer de 4% a 4,5% em 2013, desde que seja possível reduzir os custos do país.
Entre economistas, vem aumentando a percepção de que o avanço do PIB em 2013 pode não ser tão vigoroso, ficando entre 3,5% e 4%.
Segundo o BC, o PIB brasileiro acumula alta de 1,2% de janeiro a setembro ante o mesmo período do ano passado. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento é de 1,14%.
FISCAL
Após reconhecer, na semana passada, que o setor público não alcançará a meta de economia (superavit primário) para este ano, de R$ 139,8 bilhões, Mantega disse que o governo deve abater cerca de R$ 25 bilhões desse valor.
O valor refere-se a gastos com obras do Programa de Aceleração do Crescimento.
Apesar de o governo ser autorizado a abater até R$ 40,6 bilhões de gastos com investimentos, ele disse que R$ 25 bilhões são o que está "mais ou menos no horizonte".
(MARIANA SCHREIBER