Alesp chama Sayad para explicar situação da TV Cultura

Da Carta Maior

Assembleia Legislativa chama Sayad para explicar situação da Fundação Padre Anchieta

A Comissão de Educação e Cultura da Assembléia de São Paulo quer ouvir o diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta sobre a situação da Fundação e das rádios e TV Cultura. Três pontos interessam especificamente aos deputados: as recentes demissões e a disputa sobre o orçamento, a presença da programação de emissoras privadas e o questionamento sobre a figura jurídica da fundação, que vai ser julgado no STF.

São Paulo - Nesta quarta (30), o diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, participará de audiência pública da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de São Paulo. A comissão quer ouvi-lo sobre a situação da Fundação e das rádios e TV Cultura. Três pontos interessam especificamente aos deputados: as recentes demissões e a disputa sobre o orçamento, a presença da programação de emissoras privadas e o questionamento sobre a figura jurídica da fundação, que vai ser julgado no STF.
A audiência acontece em um momento conturbado da Fundação, depois de uma disputada eleição para a presidência do Conselho Curador e de uma série de manifestações de blogueiros e organizações da sociedade civil que questionam a cessão de espaço para a Folha de S.Paulo em sua grade de programação. Os manifestantes também enviaram várias manifestações ao Conselho Curador em que avaliam que o caráter público da emissora está ameaçado, em função das demissões em massa e dos programas encerrados nos últimos dois anos. Entre outros fatos se destacam:
- mais de mil demissões, entre contratados e prestadores de serviço (PJs);
- extinção de programas (Zoom, Grandes Momentos do Esporte, Vitrine, Cultura Retrô, Login) e tentativa de extinção do Manos e Minas;
- demissão da equipe do Entrelinhas e extinção do programa, sem garantias de que ele seja quadro fixo do Metrópolis;
- aniquilação das equipes da Rádio Cultura e estrangulamento da equipe de jornalismo e radialismo;
- ausência de critérios transparentes e coerentes de aquisição de produção independente;
- entrega, sem critérios públicos, de horários na programação para meios de comunicação privados, como a Folha de S.Paulo;
Tudo isso levou à diminuição e ao enfraquecimento da produção própria de conteúdo, inclusive dos infantis.
A audiência acontecerá no dia 30, às 14h30, no auditório Teotônio Vilela, na Assembleia Legislativa de São Paulo. A Comissão de Educação e Cultura é presidida pelo deputado Simão Pedro (PT-SP), que em virtude de estar nesta função tem assento no Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta.