Santo Domingo e a gasolina azul

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O André Araújo trouxe algumas boas lembranças da era Vargas.
Acrescento informações sobre dois personagens mencionados, o colombiano Santo Domingo e a cortesã Aimée Sottomaior. Aliás, por pura coincidência ontem, após a Flipp em Poços, houve um jantar agradabilíssimo com os casais Zuenir Ventura, Luiz Fernando Veríssimo, Paulo Caruso, Reinaldo e Eugênia Gonzaga.
Nele, lembrei alguns desses "causos", ocorridos em Poços.
Quanto a Santo Domingos, ele foi o primeiro a trazer gasolina especial para o Brasil. Na época, era conhecida como Gasolina Verde. Descobriu-se depois que "batizava" a gasolina. Desmoralizou tanto o "verde", que as especiais passaram a ser batizadas de Gasolina Azul.
Quem me contou a história foi o inesquecível João Pedro Gouvea Vieira, grande advogado, que adquiriu o grupo Ipiranga nos anos 40.
Quanto a Aimée, uma história saborosíssima.
Casada com Luis Ildefonso Simões Lopes, era amante de Getúlio. Aliás, acho que era de Santa Catarina. Amante de Getúlio, era sub-amante do futuro brigadeiro Nero Moura, piloto de Vargas. Foi também de Guilherme da Silveira, donos das Tecelagens Bangu.
Certa noite, no Pálace Hotel, Getulio levantou-se furtivamente, de madrugada, e foi bater na porta do apartamento da amada. Só que Nero Moura estava lá. Seguiu-se uma operação silenciosa, plenamente bem sucedida, e que impediu uma crise no Estado Novo. O apartamento ao lado era ocupado por Walther Moreira Salles. Providenciou-se a passagem de Nero Moura para o outro apartamento, pulando de uma sacada para outra.
Resolvida a questão, Aimee abriu a porta, bocejando com toda graça, como quem acabou de acordar.