Inquérito sobre Demóstenes sob segredo de justiça

Da Carta Maior

Inquérito sobre Demóstenes está sob segredo de justiça

O ministro Ricardo Lewandovski, relator do inquérito nº 3430, definiu que o processo correrá sob segredo de justiça. Segundo ministro, "os autos contêm degravações de contatos telefônicos, que envolvem não somente os investigados, mas terceiras pessoas, que estão protegidas pelo sigilo". Além da Carta Maior, também protocolaram petições solicitando acesso aos autos a TV Globo, o partido Democratas e o próprio senador Demóstenes, cuja quebra do sigilo bancário foi autorizada nesta quinta-feira (29).

São Paulo - A Carta Maior protocolou nesta quinta-feira (29), no Supremo Tribunal Federal (STF), pedido para ter acesso ao inquérito que investiga a relação entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, envolvido na exploração de jogos ilegais.
p class="texto">O ministro Ricardo Lewandovski, responsável pelo caso, acabou decidindo que o processo correrá sob segredo de justiça. Segundo ele, "os autos contêm degravações de contatos telefônicos, que envolvem não somente os investigados, mas terceiras pessoas, que estão protegidas pelo sigilo". 
Além da Carta Maior, também protocolaram petições que solicitam acesso aos autos, entre outros, a TV Globo, o próprio senador Demóstenes e o partido Democratas. A Carta Maior também havia requirido que qualquer órgão de imprensa que solicitasse o processo tivesse acesso a eles. Porém, todos os pedidos foram indeferidos pelo relator.
Nesta quinta-feira, Lewandovski autorizou a quebra do sigilo bancário de Demóstenes. O nome do senador goiano aparece em conversas, gravadas pela Polícia Federal, de Carlinhos Cachoeira e integrantes do seu grupo, nas quais eles mencionam cifras milionárias.
Lewandowsky será o relator do inquérito instaurado para avaliar a procedência do pedido de investigação sobre as ligações de parlamentares com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar um esquema de jogos clandestinos em Goiás.
O pedido de abertura de inquérito relatado por Lewandowsky foi encaminhado ao STF na noite de terça-feira (27) pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Ele propôs o desmembramento das investigações em três frentes. A primeira para tratar exclusivamente das denúncias do envolvimento do bicheiro com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) que, segundo ele, são as mais contundentes. 
A segunda, para tratar do envolvimento de outros parlamentares com o contraventor. O procurador-geral não informou quantos seriam, mas deixou claro que, entre eles, constam os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO), já denunciados pela imprensa como pessoas próximas à Cachoeira. 
E, a última, para apurar a participação de pessoas sem direito a foro privilegiado no esquema de corrupção. Nesse último caso, as investigações deverão ser conduzidas pela Justiça do Estado de Goiás. 
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