sábado, 24 de setembro de 2011

Se avanço, o tanto me afasto
e encomendado que estou ao silêncio,
não incomodarei a sombra da manhã
que há pouco, ainda agora, foi inventada para o mundo.

Se avanço, o tanto me aproximo
da mão que soube compor os atalhos,
o gasto repouso onde acordo o meu passo
o pequeno decalque da torre ao céu, a árvore que
lacrimeja um sopro movediço, a folha, a mínima pele
que se detém suspensa, no ar
no canto breve da casa onde acorda o astro;
E se me detenho, sou do mundo a folha de papel,
a voz que se aclara, claro o detalhe e

Se avanço, estou e traço
e acordo o horizonte onde nada é definitivo,
onde no mundo, o centro é aqui ou ali,
e o todo é coisa que tanto faz,
e faz sentido,
até porque o mais alto dos lugares também pode ser profundo
e aqui, onde avanço o tanto que me afasto
me retorno à sombra que aguardou o [tanto] da manhã
que há pouco, um pouco antes do astro
ainda era do mundo mais um começo.

Se avanço,
o tanto que me aconteço.


Março 17, 2011

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