terça-feira, 27 de setembro de 2011

Erico Veríssimo


" - Minha mãe diz que ler é pensar - disse Sofia - Não é que a gente leia e depois pense; ela acha que a gente pensa alguma coisa depois lê aquela coisa num livro que parece que foi escrita por nós, mas que alguém, em outro país, em outro lugar, no passado, escreveu como um pensamento ainda não pensado, até que, por acaso, sempre por acaso, descobrimos o livro onde está claramente expresso o que estivera, confusamente, ainda não pensado por nós. Nem todos nós, é claro, mas certos livros que parecem objetos de nosso pensamento e que nos estão destinados. Um livro para cada um de nós. Para encontrá-lo, requer-se uma série de acontecimentos encadeados acidentalmente para que afinal possamos ver a luz que, sem saber, estamos procurando. No meu caso foi o Me-ti ou o livro das transformações. Um livro de máximas. Amo a verdade porque sou mulher."

Pg 215





Devo confessar que só fui ouvir falar sobre Ricardo Piglia há 2 anos, quando trabalhei numa livraria. Mas só tive chance de ler algo dele com esse lançamento. Depois de tanto escutar sobre o autor, não foi surpresa que o livro era realmente muito bom. Um romance rico, que tem uma série de aspectos, que vai muito além do policial, que tantos lugares insistem em classificar. É bem mais que isso.



O livro se passa numa pequena cidade do interior da Argentina no final da década de 60. Naquele período em que há um abismo brutal entre campo e cidade (tecnologicamente, comportamentalmente, mentalmente). Neste ambiente um misterioso misterioso (e atraente) forasteiro aparece vira assunto da cidade inteira. Principalmente quando começa a aparecer em locais da alta sociedade acompanhado das gêmeas Belladona (de família tradicional na cidade).

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